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Marine Le Pen fica inelegível na França após condenação por desvios de recursos públicos

Esquema envolveu 2,9 milhões de euros e assistentes que trabalhavam para o partido

Marine Le Pen: líder da extrema direita foi condenada por desviar fundos do Parlamento Europeu (Getty Images)

Marine Le Pen: líder da extrema direita foi condenada por desviar fundos do Parlamento Europeu (Getty Images)

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 31 de março de 2025 às 07h46.

Última atualização em 31 de março de 2025 às 09h24.

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A líder da extrema-direita francesa, Marine Le Pen, foi condenada nesta segunda-feira, 31, a cinco anos de prisão, dois dos quais poderão ser cumpridos com o uso de pulseira eletrônica. Ela também terá que pagar uma multa de 100.000 euros e está proibida de exercer cargos públicos por cinco anos.

Le Pen foi sentenciada após ser considerada culpada pelo Tribunal Penal de Paris por liderar um esquema organizado para desviar fundos do Parlamento Europeu. A sentença, que tem efeito imediato, põe em risco seu futuro político e sua intenção de concorrer às eleições presidenciais de 2027, para as quais aparecia como principal favorita nas pesquisas.

Le Pen deixou o Palácio da Justiça assim que soube da inabilitação imediata, sem esperar que o tribunal anunciasse todos os detalhes da sentença. Pouco depois, chegou à sede do seu partido, o Reagrupamento Nacional (RN), sem fazer declarações à multidão de jornalistas que a aguardava.

Partido reage com silêncio e críticas

O número dois do partido, Jordan Bardella, cancelou sua viagem a Estrasburgo para a sessão plenária do Parlamento Europeu e também evitou declarações públicas. Mais tarde, publicou nas redes sociais que, com essa decisão, "a **democracia francesa está executada".

Outros oito ex-eurodeputados do Reagrupamento Nacional também foram condenados, recebendo penas de prisão, multas e inabilitações. A presidente do tribunal considerou comprovado o desvio de verbas entre 2004 e 2016 e classificou como fictícios os contratos de 12 assessores parlamentares. Embora pagos pelo Parlamento Europeu, esses assessores atuavam de fato para o partido.

Le Pen usou segurança e secretária como assessores parlamentares

No total, o valor desviado foi estimado em 2,9 milhões de euros, dos quais 474.000 euros são atribuídos diretamente a Le Pen. Ela teria feito seu guarda-costas, Thierry Légier, e sua secretária pessoal, Catherine Griset, se passarem por assistentes parlamentares. A decisão afirma que o sistema não levou ao enriquecimento pessoal dos eurodeputados, mas proporcionou conforto e fortaleceu financeiramente o partido.

Condenação ameaça campanha presidencial de 2027

Um dos nomes mais proeminentes do partido, Louis Aliot, prefeito de Perpignan, foi condenado a três anos de inabilitação, mas a sanção não foi aplicada imediatamente devido ao seu status de prefeito eleito. Segundo o tribunal, Le Pen assumiu em 2009 o papel central do pai no esquema de financiamento e o exerceu com "autoridade e determinação", o que justificou a pena mais dura.

O impacto mais direto é a inabilitação imediata, considerada dolorosa por inviabilizar sua candidatura ao Palácio do Eliseu pela quarta vez. A presidente do tribunal justificou a medida pela "gravidade dos fatos", pela necessidade de integridade na vida pública e pela violação da neutralidade democrática, já que o sistema permitia que o partido concorresse em condições vantajosas.

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